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Páscoa Cristã: qual deve ser a única mensagem?

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Quando pensamos em Páscoa, o que vem em nossa memória? O coelho ou o cordeiro?

A Páscoa moderna, acrescenta para esta celebração a figura do coelho e com ele os ovos, cuja ideia de transformá-los em chocolate foi da culinária francesa.

Algumas teorias tentam, em vão, dar sentido a essa associação tão distante do seu verdadeiro significado e uma delas vem da cultura pagã germânica que associa a imagem do coelho à deusa da fertilidade Ostera. A partir daí, a Páscoa infantilizada do coelhinho, que esconde seus ovos para serem encontrados pelas crianças, como uma brincadeira divertida e familiar, passa a fazer parte desta comemoração.

O que não podemos deixar de refletir é que essa consolidação que ocorre no século XIX, se dá em paralelo às mudanças pedagógicas de ensino, em que a infância passa a ser considerada como parte fundamental da formação do indivíduo. O alemão pedagogo Friedrich Fröbel, criou os primeiros segmentos educacionais voltados para as crianças. Baseado na visão do pedagogo suíço Johann H. Pestalozzi, que comparava as crianças como uma semente, Fröbel criou os jardins de infância e adotou uma forma lúdica ao ensino: brincar e aprender como ferramenta pedagógica.

Interessante perceber que apesar da imagem do coelho estar associada à fertilidade, pelo fato de gerar um número grande de ninhada em uma só gestação, ele distribui ovos! De uma forma egoísta de se ver, o coelho guarda sua ninhada e distribui ovos que não lhe pertencem. O que ensinamos às nossas crianças quando compartilhamos com essa ideia vai muito além do que atender a um apelo das vendas comerciais. Damos continuidade ao coelho de uma Páscoa apresentada de forma fofa, feliz e divertida, sutilmente, mas totalmente contrário com o ensino da mensagem da cruz, do verdadeiro cordeiro pascoal, que sofreu e se sacrificou.

De fato, não é fácil olharmos para a cruz. Ela revela o preço do pecado humano, pago com a dor e sofrimento do cordeiro que tipifica Jesus. O profeta Isaías descreve de forma esplêndida e única todo o sofrimento do calvário (Isaías 53:4-12). Mas é nesse cenário de sacrifício, dor e morte que Deus revela ao homem Seu grande amor, um amor tal que não se pode medir. Ele entrega seu único Filho, tipificado no Cordeiro, para que na Sua morte e ressurreição tivéssemos a verdadeira paz e alcançássemos a vida eterna (Jo 3.16).

Esta deve ser a única mensagem da Páscoa:

– O cordeiro é Cristo (João 1:29);

–  A cruz, o holocausto – lugar onde o cordeiro Jesus foi sacrificado em nosso lugar, seu sangue derramado para perdoar os nossos pecados e o véu do templo rasgado nos dando o livre acesso ao Pai;

– O túmulo, a ressurreição, onde a morte foi derrotada e nos garantiu a vida eterna.

Para o Inferno, o túmulo vazio declara a sua derrota. Para os crentes, a certeza de uma vida vitoriosa em Cristo!

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