Jesus, porém, disse: “Deixem que as crianças venham a mim. Não as impeçam, pois o reino dos céus pertence aos que são como elas”. Mateus 19.14
Já na época de Jesus as crianças não eram muito valorizadas e, portanto, não tinham espaço na sociedade. Hoje não é muito diferente, há quem ainda ache difícil lidar com a euforia e inquietação dos pequenos, principalmente nos ambientes mais restritos como a igreja.
Diante disso, muitas vezes temos uma ideia equivocada da participação das crianças na igreja: as colocamos num espaço reservado, “só delas”, para que não atrapalhem a rotina do culto, mas nem sempre temos a preocupação de promover um ambiente realmente adequado para que aprendam de Jesus e sintam prazer de estar na Casa de Deus.
Há um ditado comum no meio evangélico: Aquilo que negligenciamos, o diabo abraça. Essa é uma verdade que não podemos negar. Todas as vezes que abrimos mão de algo ou alguém, nosso Adversário toma posse e trabalha para que aquilo ou aquela pessoa seja instrumento dos seus tenebrosos desígnios. Dessa forma, vemos nossas crianças sendo fortemente influenciadas pelo mundo, mas temos dificuldade de trazê-las para a igreja, pois elas não se sentem tão bem acolhidas.
É bom lembrarmos do que diz o Salmo 8.2: Tu ensinaste crianças e bebês a anunciarem tua força; assim calaste teus inimigos e todos que a ti se opõem. Salmos 8.2 Quanta potencialidade há numa criança! De fato, são armas poderosas contra o diabo e suas obras, e por isso a sua fúria é tão grande contra elas. Como membros do corpo de Cristo devemos dar honra a esses pequenos que estão em franco desenvolvimento e que necessitam de cuidado e atenção, pois em breve serão produtivos na obra e influenciadores desta geração.
Outra atenção deve ser voltada para o lar. A atitude dos pais é fundamental para um desenvolvimento sadio. Imagine a situação: A criança tem dificuldade para acordar para a EBD ou preguiça de se arrumar para o culto e os pais lidam com isso aos berros ou sob ameaça. No trajeto para a igreja é só reclamação e ao chegarem a criança é conduzida ao seu destino como uma presa indo para o matadouro. Algumas vezes não se observa que a criança está indisposta ou simplesmente cansada, e é forçada a participar de atividades que não sente prazer. Possivelmente, na puberdade haverá uma forte rejeição à Casa de Deus, pois o lugar é visto como algo repressor. Aliás, a sociedade faz questão de reforçar bastante o quanto a vida cristã é repressora e castradora de liberdades, então junte o discurso do mundo com as más experiências vividas e o resultado certamente será de rebeldia.
Outra situação é o oposto disso. A criança reclama e é deixada em casa para não dar trabalho aos pais. Elas crescem sem vínculos com outras crianças e na adolescência todas as suas vivências estarão baseadas nos amigos da escola, do condomínio ou do mundo virtual. Não haverá nada que as mantenha na igreja ou perto de Deus.
Em ambos os casos, a família sofre e o reino de Deus perde.
Certamente Jesus ouviu de seus pais que Herodes havia mandado assassinar muitas crianças na época do seu nascimento e como no Egito o faraó havia feito o mesmo, pois sempre que o diabo deseja destruir o povo de Deus, faz isso através das crianças.
Sigamos o Mestre Jesus, que com amor trouxe para si os pequeninos, lembrando a todos que o reino dos céus é de quem se dispuser a ser como eles: sinceros, ingênuos, dependentes e cheios de vigor.
“quem recebe uma criança como esta em meu nome recebe a mim.” Mateus 18.5