Série de artigos sobre Mordomia Cristã
Então tomarás uma sovela, e lhe furarás a orelha contra a porta, e ele será teu servo para sempre; e também assim farás à tua serva.
(Deuteronômio, 15.17)
Nos dias de Moisés, Deus instituiu várias leis:
Leis sobre relacionamento, leis sobre como cultuar, leis sobre como punir crimes, leis sobre como tratar a terra, leis sobre trabalho, leis sobre serviço…
É muito interessante perceber como Deus foi minucioso e que nenhuma situação foi excluída e para cada uma delas havia uma lei específica que fosse para punir, proteger ou bonificar.
Em Deuteronômio 15:12-17, vemos uma dessas leis acerca dos servos, em que um escravo hebreu seria liberto após completar sete anos de serviço (vs.12). Além da liberdade esse servo receberia de seu senhor provisão suficiente para dar início a uma nova vida, com segurança econômica e em liberdade. (Dt. 15:13-14)
Porém se esse escravo amasse seu senhor, a ponto de abrir mão de todos os seus direitos e benefícios que teria ao tornar-se livre, esse então permitiria que seu senhor lhe furasse a orelha como prova de que escolheu servi-lo para sempre em detrimento da opção de viver em liberdade depois dos sete anos de serviço, e quem sabe, de escravo ser senhor.
Todavia, escolheu o serviço! Sim, serviço por amor, por gratidão, serviço por opção.
Um servo não tem direito a herança e posição social.
Mas quem disse que o “servo da orelha furada” quer isso? Quem disse que ele quer destaque, reconhecimento ou tapas nas costas?
Na lista de desejos e prioridades de um “servo da orelha furada”, sua maior expectativa e prioridade está em buscar primeiramente agradar a seu senhor.
Cristo, antes de ser crucificado, reuniu seus 12 servos, ou melhor, discípulos, para um momento em que deixaria bem claro o papel deles aqui na terra. Abaixou-se, lavou-lhes os pés para que entendessem que aquele que quisesse ser o maior no Reino de Deus, deveria servir, mostrando assim a grandeza do serviço. (Jo. 13:1-15)
O Deus encarnado na forma de homem, assumiu a forma de servo, habitou entre nós e serviu até o fim. Todo seu ministério terreno foi pautado no socorro e como “servo” também foi perfurado, não na orelha, mas nas mãos e nos pés, e como bom e fiel servo do Pai, obedeceu até o fim.
O Deus se fez servo para que através do flagelo da Cruz, os servos fossem libertos do domínio do pecado e adotados como filhos.
Como não furar a orelha para esse Senhor tão maravilhoso, como não servi-lo com alegria?!
Neste “ano de servir”, nosso maior desafio será o de sermos imitadores do Servo. (Lc.22:27)